domingo, 10 de maio de 2009

Juttejutsu

Apesar da relativa paz estabelecida pelo shogunato de Tokugawa (aproximadamente 1603 a 1868, Período Edo), oficiais da polícia japonesa feudal frequentemente tinham que enfrentar muitos desafios à sua autoridade e com isso, tiveram que desenvolver novas ferramentes e métodos para conter e prender os trangressores da lei. Desde então, um dos termos usado para designar os policiais japoneses era Keisatsukan. Na população masculina dominante de Edo, a competição era feroz. Com interações crescentes entre as várias classes e os quadros espasmódicos de um ambiente urbano rapidamente se expandindo, não é era de se supreender que temperamentos chamejaram frequentemente e confritos aconteciam. Fazer cumprir as leis durante esse período, significava quase sempre em violência. Com a população armada, manter discordâncias secundárias, frequentemente resultava em derramamento de sangue. Para manter o controle, oficiais da polícia e seus assistentes não-Samurai do período Edo desenvolveram muitas armas e técnicas interessantes contra encrenqueirosque estavam frequentemente armados e deseperados.

As armas do Antigo Japão eram muitas e variadas, com o passar dos tempos, algumas dessas armas se tornaram símbolo de idéias e classes sociais diferentes. Isto é, claro que sem generalização, mas a espada era normalmente associada com a classe alta, enquanto que a Naginata se tornou associada como arma de mulher, até mesmo a Yari ou lança foi até um certo ponto associado com a classe religiosa. O Jutte, porém, se tornou um símbolo de autoridade. Logicamente que essa relação não surgiu do dia para noite, a própria arma tem em primeira inspeção, pouca recomendação. É curta e assim limita seu usuário a técnicas principalmente defensivas. É um porrete de ferro ou aço com um gancho atravessado próximo ao cabo, porém, esse simples gancho é o que faz esta arma mais potente do que o esperado. O Jutte foi popular porque podia aparar o golpe de uma espada afiada e desarmar um agressor sem muitos danos. Essencialmente uma defesa ou contenção da arma, exigia ao usuário que ficasse extremamente perto do tansgressor pelo comprimento do Jutte.
Ao contrário do que alguns autores reivindicam, o Jutte não é uma "arma nova" ao japonês, não desenvolveu durante o período de Edo, mas, é muitomais antigo. Um estudo mais profundo, mostra que o Jutte evoluiu comumente de uma arma de campo de batalha, semelhante ao Jutte, chamada de Hachiwari ou Kabutowari (rachador de capacete), acreditada ter sido projetado por Goro Nyudo Masamune, um espadachim renomado. Essa arma consistia em uma barra de metal curva e pontiaguda, com um pequeno gancho perto da base do cabo. Era usado pelos guerreiros Samurai como um punhal/porrete auxiliar no combate. O Kabutowari foi provavelmente usado para aparar, usado na mão esquerda, enquanto brandia a espada com a mão direita, ou para perfurar o corpo do adversário entre as frestas do Yoroi (armadura). Porém, ainda sua origem é um mistério.

Essa arma foi conhecida por muitos nomes, o mais popular é Jutte, que literalmente significa "Dez mãos" (referindo-se a uma arma com força de dez mãos), sua arte é classificada de Juttejutsau e ainda hoje é treinada em algumas escolas como: Kukishin Ryû, Shintô Muso Ryû, Ikkaku Ryû e Katsujin Ryû.